Crise Financeira e o Meio Ambiente


A crise financeira surge em meio à outra crise, tão relevante para nossas vidas quanto o problema econômico: a crise ambiental. Os problemas previstos com a questão do clima no mundo suscitaram debates, discussões e pouca adesão. Porém, a crise financeira promoveu uma mobilização mundial para reestabilizar o mercado mundial.

Segundo o professor Ladislau Dowbor, que concedeu entrevista por telefone, à IHU On-Line, e utilizamos alguns trechos, nós precisamos “colocar o problema das finanças no plano de fundo do reequilíbrio da desigualdade planetária e no financiamento da problemática ambiental”.

Dowbor analisou a relação entre as duas crises, as emergências para repensar o meio ambiente a partir do que será construído para reorganizar o mercado financeiro e também sobre as oportunidades que surgem para a natureza a partir da crise no sistema econômico.

“Há uma gigantesca esperança com a eleição de Obama porque os Estados Unidos, como economia mais forte do planeta, generalizou políticas que eram contrárias ao ambientalismo, políticas unilaterais sem consulta, o desprezo pelas Nações Unidas e sistemas multilaterais de governança. Tudo isso, junto com políticas irresponsáveis na área de energia de finanças, gerou um buraco negro para o planeta”, afirmou.
A crise financeira mundial pode trazer benefícios para o meio ambiente. É o que acredita um relatório divulgado pela McKinsey Global Institute. De acordo com a organização, a crise pode incentivar os países em desenvolvimento (conhecidos também como BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China) a investir em fontes de energia mais eficientes, reduzindo a poluição.

Pelos cálculos de especialistas, esse países terão um aumento de demanda energética em torno de 65% até 2020, e representarão dois terços da demanda mundial - muito acima dos 51% que é atualmente. Segundo o estudo da organização, os países em desenvolvimento ganharão muito mais se investirem US$ 90 bilhões anuais nos próximos 12 anos em energias alternativas do que gastar US$ 2 trilhões no mesmo período para construir usinas a carvão, por exemplo.

Parece bem lógico, afinal, as fontes de energias alternativas poluem e custam menos. Investir, então, em eficiência dos veículos a combustível ou melhorar a eficiência de iluminação pode ser a solução para os países que devem ser mais ricos que o G6 daqui a uns 40 anos. Uma saída para a crise atual, e um investimento de muito retorno para o futuro.




Postado por Wellington Ferreira

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